Querer curtir é da idade. Sempre fui uma adolescente tranquila, nada de muito namorico. Com 12 ou 13 anos, enquanto minhas amigas corriam atrás de garotos e beijavam na boca, eu brincava de boneca, fazia casinha pra barbie, conversava sozinha, ouvia minhas músicas, já tinha me apaixonado, mas meu mundo nao era só garotos. Aliás, nunca foi.
Depois que ele apareceu, meus olhos se abriram pra coisas jamais vistas, pra sentimentos jamais sentidos, pra desejos que nem seu sabia que existia. Ele só me abriu um mundo de possibilidades. Já não quero pensar nele, e não penso, digo que no auge dos meus 20 anos, ele foi meu amor de adolescencia, ou será desejo reprimido?
Querer curtir é da idade, que garota de 20 anos nao quer ser desejada? Ter várias opções para escolher? Mas ao mesmo tempo sou uma mulher independende, que sabe se virar e não é igual as outras garotas de 20 anos. Existem fases na vida de uma mulher, às vezes cansamos de tantas deilusões e entramos na fase "piriguete" ligando o foda-se no mode ON e querendo aproveitar a vida, festas, amigos, baladas, homens...E estar solteira é um convite e tanto pra isso. Tenho sede de viver, de conhecer, de experimentar. Nesse mundo de possibilidades existem mil portas esperando serem abertas ao desconhecido, ao acaso. Quero viajar até a mala furar, dançar até os pés dizerem chega, conhecer gente até não aguentar mais. Mas mesmo assim, trocaria TODA a minha vida de solteira, de baladas, e gatos pra me apaixonar por uma pessoa que me faça sentir e eu o faça também. Apesar de que namorando também pode-se curtir amigos e baladas, eu trocaria mesmo toda a minha vida de solteira por uma pessoa que valesse a pena. Desejar e ser desejada, amar, fazer companhia, ter um colo pra deitar e outro pra oferecer, ver o pôr-do-sol na praia, dar aquele abraço... Mas não adianta, enquanto nao encontrar alguém que faça me coração bater mais forte, que seja reciproco, e que nao precise de joguinhos de conquista, vou levando a vida, tentando disfarçar que gosto de estar sozinha.
Afinal, como diz a poetisa Monica Montone: "[...] A nova geração prega liberdade, mas acaba tendo visões unilaterais. Assim como só deseja “a cereja do bolo tribal”, enxerga apenas o lado negativo das relações mais sólidas. Desconhece a delícia de assistir um filme debaixo das cobertas num dia chuvoso comendo pipoca com chocolate quente, o prazer de dormir junto abraçado, roçando os pés sob as cobertas e a troca de cumplicidade, carinho e amor. Namorar é algo que vai muito além das cobranças. É cuidar do outro e ser cuidado por ele, é telefonar só para dizer boa noite, ter uma boa companhia para ir ao cinema de mãos dadas, transar por amor, ter alguém para fazer e receber cafuné, um colo para chorar, uma mão para enxugar lágrimas, enfim, é ter alguém para amar.[...]Podemos aprender a amar se relacionando. Trocando experiências, afetos, conflitos e sensações. Não precisamos amar sob os conceitos que nos foram passados. Somos livres para optar. E ser livre não é beijar na boca e não ser de ninguém. É ter coragem, ser autêntico e se permitir viver um sentimento… É arriscar, pagar para ver e correr atrás da felicidade. É doar e receber, é estar disponível de alma, para que as surpresas da vida possam aparecer. É compartilhar momentos de alegria e buscar tirar proveito até mesmo das coisas ruins."